Terminou após 25h, a rebelião no Presídio Senador
Leite Neto, em Nossa Senhora da Glória(SE),
distante 126 km de Aracaju. Os
familiares dos presos, que também eram mantidos reféns, começaram a ser
liberados por volta das 10h da manhã desta segunda-feira (17). Muitas mulheres
e crianças de colo estavam em choque quando deixaram a unidade prisional. Um
agente prisional que foi ferido a tiros no domingo (16), passa por cirurgia no Hospital
de Urgência de Sergipe (HUSE), em Aracaju, e corre o risco de perder uma das
mãos.
Os presos entregaram as armas aos dois agentes, que
eram mantidos reféns desde a manhã de domingo (16), e esses, anunciaram o fim
da rebelião à equipe de negociação formada pelo capitão Henrique Rocha, do
Comando de Operações Especiais (COE), o secretário-adjunto da Segurança
Pública, João Batista, o comandante da Polícia Militar, coronel Maurício Iunes,
o secretário da Justiça deSergipe, Benedito
Figueiredo, o juiz corregedor Rômulo Freitas e o secretário dos Direitos
Humanos, Eduardo Oliva. Após a rendição, os policiais entraram na unidade e
realizaram a revista das celas e a contagem dos presos.
De acordo com o comandante da Polícia Militar,
coronel Maurício Iunes, os detentos não tinham uma pauta de reivindicações como
motivo principal da rebelião. Segundo ele, a tentativa de fuga, que foi
frustrada pelos agentes penitenciários e policiais miliares que estavam na
unidade, ocasionaram a revolta.
“No momento da saída das visitas eles renderam um
dos agentes e roubaram a arma dele. Em seguida, os pouco mais de 100 presos,
tentaram sair realizando o que chamam de ‘cavalo doido’, ou seja, correram juntos
em direção aos portões. Neste momento, os demais agentes e os dois policiais
que estavam no local iniciaram uma troca de tiros e impediram a fuga”, disse.
O secretário da Justiça de Sergipe, Benedito
Figueiredo, afirmou que a situação não configurou rebelião, apesar de os
visitantes e dois agentes terem sido mantidos reféns. “O que houve foi uma
tentativa de fuga de 120 presos, que por sinal foi impedida. Durante as
negociações eles pediram a troca do diretor Jair Bispo, mas isso não será
feito. O presídio, de fato, está superlotado em decorrência das obras que estão
sendo realizadas no Presídio de Tobias Barreto (SE).
Por isso, todos os presos tiveram que ser transferidos para Glória, mas esse
problema será resolvido em 90 dias, que é o prazo para conclusão da reforma”,
afirmou.
Ainda segundo o secretário, os presos queimaram
salas das áreas administrativas e o alojamento dos agentes penitenciários.
Uma das últimas reféns a deixar o presídio foi a
auxiliar de cozinha, Maraíse Costa, de 24 anos, que é casada com um dos
internos, disse concordar com as reivindicações dos presos. “Quem nunca errou
nesta vida? Não é por causa disso que eles devem ser tratados como animais,
bebendo água suja e consumindo comida ruim. Muitos ficam doentes, é muito
triste essa situação, por isso concordo com a revolta e mobilização deles”,
disse.
Ainda segundo ela, as visitas passam por
dificuldades e esperam durante horas até receberem a autorização para entrar.
Ela acredita, que como os presos não tiveram a principal reivindicação
atendida, uma nova rebelião deve acontecer em breve. “Muitas mulheres vem de longe
e chegam a dormir aqui em frente ao presídio. Mas, somente entramos no local
por volta de meio-dia, ou até mais tarde, o que é um desconforto muito grande.
Meu marido já cumpriu 3 anos da pena, era para estar no semiaberto e até agora
nada. Temo que a próxima rebelião seja mais violenta, até porque eles não
tiveram nenhum pedido atendido”, enfatizou.
Com informações do portal G1 Sergipe
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