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Os
moradores de São Cristóvão denunciam a constante falta de água na cidade. Eles
alegam que existem residências que não recebem água há três meses, e reclamam
que, aliada a essa situação, a população ainda recebe cobranças indevidas
através da conta mensal enviada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São
Cristóvão (Saae).
“Aqui falta água todo o dia, e nas ocasiões
em que ela chega, tem aparência ‘barrenta’. Já houve até uma manifestação na
semana passada em frente ao Saae, mas não adiantou nada. Tenho até vergonha em
dizer isso, mas como um local que é rico em água pode passar por essa
situação?”, questiona o morador Gildásio Galdino, que reside em São Cristóvão
há 25 anos.
Ele ainda reclama da cobrança feita pelo
Saae e alega que para conseguir água precisa recorrer a uma bica de água
mineral que fica próxima a sua casa. “Chegando água ou não o valor da cobrança
é o mesmo”, reclama.
Comparando a situação da falta de água em
São Cristóvão com a passada pelos moradores do alto sertão, Rivanda Dias conta
que sua casa já chegou a ficar três meses sem água. “Às vezes passa cinco dias
sem cair uma gota de água da torneira, e quando ela vem, é suja e com mau
cheiro. Parece até que não passa por nenhum tipo de tratamento”, desabafa.
Moradores recorrem a bica
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Necessitando da água para realizar serviços
em casa e para higiene pessoal, Gilvania Santos revela que durante todo o dia
recorre à bica para buscar água, lavar roupa e até tomar banho. “Pago contente
a energia porque recebo o serviço, mas a conta de água não pago, pois não
recebo nada”, manifesta.
Saae
O diretor do Saae, Carlos Tadeu da Silva
Rosa, se defende das denuncias feitas pelos moradores, e alega que o problema
da falta de água é proveniente de questões climáticas.
“O problema é que o verão está sendo
atípico, e porque não choveu a quantidade necessária. Outra questão é que, por
conta da intensidade do calor, há aumento de consumo por parte dos moradores,
que, por sua vez, deveriam ter mais consciência”, afirma o diretor.
Tadeu ainda disse que a capacidade de
distribuição de água já chegou a seu limite e que o momento é crítico. “Queria
ter o triplo de quantidade de água para oferecer, porque assim também teria
mais dinheiro”, alega. Ele conta que se tirar o restante de água que restou no
manancial, ele vai secar.
“A população precisa economizar água. Não
estamos fazendo isso porque somos irresponsáveis, ou porque estamos em fim de
mandato”, defende Carlos Tadeu.
A respeito da questão da água suja,
denunciada por moradores, o diretor do Saae disse que até ele nunca chegou este
tipo de reclamação. Ele falou ainda que às vezes este tipo de problema não é
generalizado, e sim canalizado. “Em meu balcão toda a água que chega eu
verifico”, garante.
Ainda segundo as declarações de Tadeu, se
continuar sem chover daqui a 15 ou 20 dias, a situação ficará mais crítica.
“Não acreditamos que teríamos esse problema”, comenta, acrescentando que em
2013 a situação deve melhorar, pois uma promotora obrigou, através de uma ação
civil pública, a prefeitura local a repassar verba para que o Saae empregue em
captação e tratamento de água.
Por Monique Garcez e Kátia Susanna
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