Da Agência Brasil
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O nível
educacional no Brasil não determina maior renda, mas está ligado à satisfação
pessoal e à abertura de novas perspectivas profissionais. O Programa
Universidade para Todos (ProUni) tem sido fundamental para o acesso ao ensino
superior e embora o nível educacional não determine maior renda, está ligado à
satisfação pessoal e à abertura de novas perspectivas profissionais, conforme
conclusões da pesquisa O ProUni e Seus Egressos: Uma Articulação Entre Educação,
Trabalho e Juventude, da doutora em educação Fabiana Costa, apresentado pela
primeira vez no 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União
Nacional de Estudantes (UNE).
Em 2012 a pesquisadora
consultou 150 egressos do ProUni na cidade de São Paulo. Para a maioria dos
profissionais consultados (91,9%), a formação universitária possibilitada pelo
programa ampliou os horizontes e facilitou a articulação na área profissional.
Os entrevistados apontaram as várias dificultdades que tiveram durante o curso:
85% já trabalhavam e continuaram trabalhando durante a graduação.
“Esses estudantes
superaram não apenas as dificuldades ao longo da graduação, mas de toda a
formação. São problemas que vêm desde a escola. Eles já trabalhavam antes.
Muitos como eles tiveram que escolher entre estudo e trabalho e acabaram
deixando os estudos”, disse Fabiana.
Os entrevistados tiveram
uma melhora na carreira e mais de um terço aumentou de 71% a 100% o salário que
ganhava. Isso não significa que os rendimentos sejam altos: 33,9% recebe entre
um e dois salários mínimos mensais, 27,1% recebem entre dois e três salários
mínimos, 15,3% entre três e quatro e apenas 8,5% ganham mais de cinco salários
mínimos por mês. Esses profissionais, no entanto, ganharam mais estabilidade
com a formação – 85% estão empregados e 64,4% têm a carteira assinada.
Outro dado que chamou
atenção da pesquisadora foi que 72,6% trabalham na área que estudaram. “Isso
mostra que o programa está funcionando, que as pessoas estão colocando em
prática o que aprendem e estão melhorando a carreira que escolheram."
O Programa Universidade
para Todos (ProUni) concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de
graduação e sequenciais de formação específica em instituições privadas de
educação superior. Neste primeiro semestre estão sendo oferecidas 162.329
bolsas, distribuídas em 12.159 cursos de 1.078 instituições de todo o país. Até
sexta-feira (18) o Ministério da Educação havia registrado mais de 620 mil
inscritos.
O presidente da Comissão
Nacional de Acompanhamento do ProUni (Conap), Valmor Bolan, acrescentou que os
estudantes do programa têm aproveitamento semelhante ou superior aos demais
estudantes. Em uma pesquisa feita na Universidade Católica de Brasília, em
Taguatinga, no Distrito Federal, os estudantes do ProUni tiveram média de nota
quase um ponto superior em relação aos outros.
“É comum que alunos em
condições desfavoráveis tenham mais garra para vencer. Se você der uma chance a
esses alunos, eles vão demonstrar que conseguem superar na caminhada aqueles
que partem de uma situação mais favorável”, explicou Bolan.
O 14º Coneb da UNE
acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil
inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela
Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb
oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao
Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE
para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de
diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição
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