Fotos: Ascom/SES |
Com mais
de 15 mil pacientes cadastrados na rede de atendimento, o setor de Oncologia do
Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) atende Sergipe, Alagoas e Bahia.
Diariamente, são realizadas mais de 70 quimioterapias, além das sessões de
radioterapia, cirurgias e distribuição de medicamentos. A coordenadora da
Oncologia da Unidade, Rute Andrade da Silva, contesta matéria exibida na manhã
desta sexta-feira, 22, pelo telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, a qual
noticiou a falta de remédios na rede pública de Sergipe para pacientes com
câncer.
A coordenadora da Oncologia da Unidade,
Rute Andrade da Silva |
A matéria
relatou a história de Juliana Conceição Santos, que enfrenta um linfoma e teria
suspendido um transplante de medula por complicações da doença e não por falta
de medicamento. Rute explicou que um dos medicamentos do coquetel(Genzar)
atraso na distribuição entre os meses de dezembro e janeiro. Em fevereiro, nos
dias 14 e 15, a paciente voltou a receber os remédios e seu tratamento foi
regularizado, portanto, a notícia veiculada hoje, dia 22, está desatualizada.
"Temos
dificuldades na reposição de medicamentos sim, mas a matéria divulgada relata
um problema que já foi resolvido. Divulgaram que Juliana estava sem tomar os
remédios desde o fim de janeiro. Não é verdade. Houve um atraso no tratamento
da paciente, mas a distribuição do medicamento já foi regularizada e Juliana
tomou duas doses aqui no Huse nos dias 14 e 15 de fevereiro e levou para casa
oito ampolas, que são administradas por uma funcionária do hospital. Cada
ampola custa R$ 384, esse tratamento é 5.435, então não é justo que divulguem
algo que não está acontecendo. Realizamos um trabalho sério aqui, temos
compromisso com nossos pacientes. Estão fazendo uso político do sofrimento das
pessoas. Hoje, não temos nenhum medicamento em falta. Quando não temos uma
substância, temos um similar. O Centro de Oncologia do Huse é referência para
todo o Nordeste, com 15 mil pacientes cadastrados. Atualmente, são atendidos
cerca de 500 pacientes por dia", afirmou.
"Não
podemos assegurar que a falta de medicamento não comprometeu o tratamento da
paciente, mas o que me incomoda é fazer uma matéria requentada, de uma falta de
medicamento que já foi sanada há dez dias. Queria que falassem se hoje,
sexta-feira, dia 22 de fevereiro, tem falta de medicamento", desabafou
Rute, acrescentando que a paciente Juliana a informou que a produção do Bom Dia
Brasil tinha sido informada, na quinta-feira, 21, que o problema tinha sido
resolvido .
Medicamentos
Conforme
informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), dos 195 itens constantes na
lista ofertada aos pacientes na farmácia de Oncologia, apenas 42 substâncias
são de fornecimento obrigatório, baseada na Relação Nacional de Medicamentos
(Rename) de 2010. Além dos medicamentos obrigatórios, o Huse fornece
ainda 29 itens de alto custo, a exemplo do Nexavar que custa R$ 14 mil a caixa.
"Precisamos
esclarecer que mais de 50% dessa lista de 195 itens são medicamentos da Atenção
Básica, alguns, inclusive, encontrados em farmácias populares. Não é
obrigatória a oferta desses medicamentos dentro do serviço oncológico para o
tratamento, muitas vezes, em outros locais. Precisamos dividir essa
responsabilidade. Estamos absorvendo a demanda dos outros para garantir a
assistência", explicou a secretária de Estado de Saúde, Joélia Silva Santos.
Pacientes
Uma das
usuárias do Nexavar é a paciente Jaqueline Andrade de Matos, natural de
Pirambu. No início deste ano, ela descobriu um câncer no fígado e buscou
atendimento no Huse. Após realizar os exames no setor de Oncologia, Jaqueline
retorna para sua cidade com duas caixas do remédio. "Fui muito bem
recebida aqui. Estou voltando para casa com os remédios e bem informada sobre
meu caso. Tenho muita fé na minha recuperação", disse.
"Se
não fosse o Huse, não sei o que teria sido de mim. Estou em tratamento há
quatro anos e nunca tive problema na assistência, pelo contrário. Temos almoço,
lanche e muita atenção da equipe", narrou o aposentado José Carlos da
Conceição, que também enfrenta um câncer no fígado.
"Atualmente,
temos nove pacientes que fazem uso do Nexavar, que é um medicamento de
altíssimo custo, R$ 14 mil cada caixa. Nossa obrigação aqui é atender a todos
de forma igualitária, mas não podemos permitir que denigram nosso
trabalho", disse Rute Andrade.
Dívida
Em
relação à dívida da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) com os fornecedores,
também noticiada pela reportagem, o diretor de Operações da FHS declarou que as
dívidas foram renegociadas. "A falta não pode ser atribuída a descaso.
Todos os fornecedores de medicamentos oncológicos vêm recebendo pagamentos dos
valores faturados. Eventual falta se dá, principalmente, em virtude de
licitações desertas, cujos processos estão todos reencaminhados, a exemplo do
medicamento Asparaginase passado pela produção que está em falta, quando foram
realizados três pregões e em nenhum deles apareceram fornecedores",
esclareceu o diretor.
Da Ascom/SES
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