Estatística
é do Hospital de Urgência de Sergipe e números são referentes apenas ao mês de
janeiro deste ano.
Foto: Jorge Henrique/ Equipe JC
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Em 2010
Sergipe era o 9º estado brasileiro que mais registrava óbitos por acidente de
trânsito, de acordo com o Mapa da Violência no Trânsito 2012. Para se ter
uma ideia desse dado, só em janeiro deste ano, 662 pessoas foram vítimas de
acidentes envolvendo motocicleta, segundo dados do Hospital de Urgência de
Sergipe (Huse). Em 2012, o hospital recebeu 7.994 pessoas acidentadas e no ano
anterior, 6.740 pessoas.
No
período do carnaval, os números revelam que houve um grande índice de acidente
envolvendo motos. Neste ano, no período de 8 a 13 de fevereiro, o Huse recebeu
131 pessoas que tiveram acidente com motocicleta. Em 2012 foram 171 pessoas e
no ano anterior, 170. Ainda de acordo com o estudo realizado pelo Mapa da
Violência no Trânsito, dos municípios brasileiros com mais de 30 mil
habitantes, aparece na lista ocupando o 27° posto, o município de Itaporanga
D’Ajuda, em seguida aparece Aracaju que ocupa a 29º posição.
De
acordo com o estudo, para avaliar esta situação, um referente foi utilizado para
relativizar os dados de acidentes de trânsito, que é o tamanho da frota de
veículos em circulação. Segundo o próprio Denatran, ainda em 1970 a moto era um
item de baixa representatividade: num parque total de 2,6 milhões de veículos,
só existiam registradas 62.459 motocicletas: 2,4% do parque. Já em inícios de
2000, o Brasil registrou 4 milhões, o que representa 13,6% da frota total do
país. Para 2010, o número pula para 16,5 milhões, representando 25,5% do total
nacional de veículos.
No
Brasil, em 2010, foram 66,6% das vítimas de trânsito pedestres, ciclistas e/ou
motociclistas. Mas as tendências nacionais da última década estão marcando uma
evolução extremamente diferencial: significativas quedas na mortalidade de
pedestres; manutenção das taxas de ocupantes de automóveis; leves incrementos
nas mortes de ciclistas e violentos aumentos na letalidade de motociclistas. No
país, as motocicletas transformaram-se no ponto focal do crescimento da
mortalidade nas vias públicas.
Entre
1996 e 2010 o número de mortes no trânsito cairia de 33,9 mil para 27,5 mil, o
que representa uma diminuição 18,7% nesse período. As taxas cairiam mais ainda:
de 21,6 óbitos para cada 100 mil habitantes para 14,4. Isto é uma queda bem
significativa de 33%. Assim, na atualidade, as motocicletas constituem o fator
impulsor da violência cotidiana nas ruas.
Mas o que
realmente impressiona é o ritmo de crescimento do número de motocicletas. Nos
anos iniciais da década 2000/2010, esse ritmo foi em torno de 20% ao ano,
ultrapassando largamente o propalado crescimento dos automóveis. Se entre 1998
e 2010 a frota de motocicletas cresceu 491,1%, isto é, quase seis vezes, a de
automóveis só cresceu 118%.
Outro
dado inquietante é o da mortalidade dos acidentes de motocicleta, quando se
relativiza pelo tamanho da frota existente. Entre 1998/2010, a taxa de óbitos
dos motociclistas oscilou de um mínimo de 67,8 mortes por cada 100 mil
motocicletas. Nesse mesmo período, o número de vítimas de automóveis oscilou de
um mínimo de 30 em 2009 até um máximo de 41,5 em 1999, com média de 36,8 mortes
por cada 100 mil automóveis registrados. Isto é, a mortalidade das motocicletas
por veículo foi 146,3% maior que a dos automóveis.
Bem mais
preocupante ainda, se a frota de motocicletas cresceu 491% no período, as
mortes de motociclistas cresceram 610%. Noutras palavras: 491% do incremento da
mortalidade devem-se ao aumento drástico da frota de motocicletas. Já com o
automóvel aconteceu o processo inverso: a frota aumentou 118% e as vítimas de
acidentes com automóvel, 72%.
Foram 157
casos de trauma apenas no carnaval
O aumento
do uso de álcool e drogas, que amplia o número de acidentes de trânsito na
época do carnaval, preocupa os ortopedistas de todo o Brasil. Pensando nisso, a
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) realizou uma campanha
de alerta em suas 25 representações regionais, com o objetivo de prevenir
acidentes durante o carnaval. Infelizmente, Aracaju não participou da campanha
este ano. Para se ter uma ideia dos traumas durante o carnaval, o Hospital de
Urgência de Sergipe (Huse) registrou diversos casos. Os que mais chamam atenção
são os acidentes com motociclistas, 131 casos e com carros 26 acidentes.
De acordo
com o futuro presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia em
Sergipe, o ortopedista, Walber Barreto Galvão, que irá assumir a pasta da Sbot
em março, todos os anos a Sociedade Sergipana realizava a campanha, mas este
ano, por conta de falta de recursos, e com a transição da gestão, a campanha
não foi realizada. “Esta é uma preocupação, sim, dos ortopedistas sergipanos,
tendo em vista que os acidentes motociclísticos e automobilísticos são mais
comuns nessa época”, falou.
Walber
Barreto declara ainda que os acidentes com moto, já são um problema de saúde
pública, pois o índice de acidentes é alarmante. Além de que, os custos com
acidente com moto são elevados, pois além da internação que geralmente é longa,
há ainda os custos com o seguro obrigatório de Veículos Automotores de Vias
Terrestres (Dvat). “Os acidentes de moto são os que mais preocupam os médicos,
pois o acidentado, a depender da fratura, precisará de quatro a seis meses para
se recuperar. Ou fator, é que geralmente, as pessoas que se acidentam, são
pessoas jovens, com idade de 20 a 40 anos, que terão certamente que se afastar
do trabalho”, disse.
Ainda
segundo Walber Barreto, a Sociedade pretende sim dar continuidade a campanha de
prevenção de acidentes durante o carnaval, e também lançar outra direcionada
aos acidentes com motociclistas. “No próximo ano iremos dar continuidade a
campanha nacional com a Sbot, e também iremos lançar uma de prevenção contra
acidentes com motos”, destacou.
Acidentes
de trânsito
A cada
ano, o Brasil registra 42 mil mortes por acidentes de trânsito, de acordo com o
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Dados do Ministério da Saúde
mostram que 70% dos serviços de emergência nos hospitais atendem vítimas de
acidentes de trânsito, cujo custo para a sociedade equivale a 2% do Produto
Interno Bruto (PIB, a soma de bens e serviços produzidos no país).
Com Informações do Jornal da Cidade
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